quarta-feira, 4 de junho de 2008

NOSSAS RAÍZES


Igreja dos Remédios



Há muitos anos viveu na região um casal de portugueses chamado Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa. Eles moravam numa fazenda de sua propriedade que pertencia à paróquia de São João das Itapororocas. Essa fazenda tinha o nome de Santana dos Olhos D'água. Por esta fazenda passava uma estrada, que era conhecida como Estrada das Boiadas, percorrida pelo gado trazido do sertão que deveria ser vendido em Santo Amaro, Cachoeira e Salvador.
Os vaqueiros, tropeiros e outros viajantes paravam sempre nesta estrada para descansar e adquirir água mais fácil de ser encontrada. Os proprietários, como católicos que eram, construíram uma capelinha em louvor a Senhora Santana e São Domingos.
Com o passar dos tempos, foi surgindo ao redor da capela, uma feira livre, onde os viajantes que passavam por perto paravam, para comprar e vender mercadorias.
E a feirinha foi aumentando até que a fazenda foi transformada num arraial, pois sua população havia aumentado, então passou a chamar-se de Santana dos Olhos D'água.
Iniciou-se assim a formação do povoado que se chamou Santana da Feira, então pertencente a Cachoeira.
O tempo foi passando e a povoação foi aumentando. Foi então que o governo elevou o povoado a vila em 1833. Nesta data iniciou-se o município de Feira de Santana, separando-se de Cachoeira. Mas a vila continuou a crescer; surgiram ruas, lojas, etc.
O desenvolvimento da vila foi tão notável que fez Lei provincial n.º 1.320 de 16 de janeiro de 1873 elevá-la à categoria de cidade, ficando com o nome de Cidade Comercial de Feira de Santana.
Como acontece com todo povoado, o que deu origem à Feira de Santana teve condições bastante humildes. As casas eram cobertas de palha, as paredes eram de barro amassado e o piso era de terra batida. Só mais tarde passaram a cobrir de telhas, as paredes levantadas, com tijolos fabricados em olarias e o piso passou a ser coberto de cimento, tijolos, mosaicos e madeira.
As casas eram iluminadas à vela, candeeiros de querosene, lamparinas ou luz de acetileno (gás produzido pela ação de água com carbureto). As ruas eram iluminadas com lampiões de querosene. A água era extraída de olhos d'água que haviam em locais próximos ao povoado. A água era vendida nas casas por aguadeiros que transportavam no lombo dos animais. Depois os moradores começaram a cavar poços e cisternas que chegavam até o lençol d'água subterrâneo e não mais precisavam pagar pela água. O único meio de comunicação existente era o correio a cavalo. As estradas eram bem simples e por elas trafegavam apenas carroças. Para chegar a Salvador, havia a Estrada das Boiadas até Cachoeira e, de lá, usava-se barco a vapor até a Capital.
A vida político–administrativa de Feira de Santana teve início em 1833, quando a 18 de setembro foi instalada a 1a Câmara Municipal, cujos membros eram chamados vereadores.
Todas as decisões eram tomadas pelo presidente que agia como um prefeito, em nome da Câmara.
A ocorrência que mais marcou essa época foi a visita do imperador D. Pedro I acompanhado da imperatriz D. Teresa Cristina e vários nobres da corte, em 06 de novembro de 1859. Neste dia a comitiva imperial assistiu, na Igreja da Matriz às 18:00 horas, a um Te-Deum, cujo o pregador foi o padre Pedro José Cupertino.
Depois da Proclamação da República, Feira de Santana passou a ser governada por intendentes. Os intendentes correspondiam aos atuais prefeitos. O primeiro intendente foi Joaquim Melo Sampaio.
Os intendentes mais notáveis foram: Coronel Bernadino da Silva Bahia, que transformou a praça Remédios Monteiro numa praça arborizada, ajardinada e com coreto, hoje praça Bernadino da Silva Bahia, Mercado Municipal - hoje MAP e Paço Municipal.
O Coronel Agostinho Fróes da Motta, que realizou obras importantes, tais como: a construçào dos dois melhores prédios escolares da época: Escola Maria Quitéria, na Praça Fróes da Motta, e a antiga Escola João Florêncio, na Av. Senhor dos Passos, hoje arquivo Público Municipal.
O intendente Agostinho Fróes da Motta foi o presidente da Comissão da construção do prédio escolar J.J. Seabra, onde funcionou a Escola Normal e a antiga Faculdade de Educação. Foi o responsável pelo primeiro calçamento a paralelepípedos da praça Catedral e da Rua Conselheiro Franco.
Nessa época, a cidade ganhou uma agência do Banco do Brasil. Outra ocorrência foi a visita de Ruy Barbosa, ocasião em que a cidade ficou cognominada de "Princesa do Sertão".
A mudança de intendentes para prefeitos ocorreu em 1929, na gestão do Dr. Elpídio Raimundo da Nova (último intendente e primeiro prefeito do município).

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